domingo, dezembro 16, 2007

CRISTINA BRANCO



A noite fria de sexta-feira, 14 de Dezembro de 2007, trouxe ao Grande Auditório do Europarque o concerto de uma das grandes vozes da música portuguesa da actualidade. O concerto de Cristina Branco, parte da sua digressão para promover o seu último trabalho, intitulado "Abril", em que a fadista revisita a obra de José Afonso. Foi um concerto de uma qualidade extrema, em que a voz de Cristina Branco faz com que as músicas de José afonso, "Menino d'Oiro", "Senhor Arcanjo", "Maio maduro Maio", "Os Índios da Meia-Praia" "A morte saíu à rua" ou "Redondo Vocábulo", fiquem com um sentido de um intimismo maravilhoso. Acompanhada por quatro músicos do universo do Jazz, Ricardo Dias no piano, Alexandre Frazão na bateria, o contrabaixo de Bernardo Moreira e a guitarra do Mário Delgado, que estiveram soberbos, acima de tudo na forma como emolduraram a maravilhosa voz de Cristina Branco que, finalmente deve merecer o reconhecimento do público português.
Pena que a sala do auditório nem estivesse a metade da lotação. Enfim, é o público que temos! Um concerto como o que aconteceu em Santa Maria da Feira enchia qualquer auditório por essa Europa fora. Felizmente os concertos de Braga e Coimbra estiveram bem preenchidos e o concerto de amanhã em Lisboa, no Teatro Municipal S. Luíz, ao que consta, tem lotação esgotada. Deixo aqui um excerto de um concerto na Holanda, país onde a fadista tem um reconhecimento que não tem entre nós. Disfrutem a magia da voz da maravilhosa Cristina Branco.

1 comentário:

rb disse...

Of,

Deve ter sido um bom momento porque a Cristina empresta muita qualidade ao trabalho dela como intérprete. Talvez por ter essa qualidade, não tenha o devido reconhecimento nacional, como acontece com outros dos nossos melhores artistas.
A CB tem uma técnica vocal superior e uma voz encantadora, com boa dicção, timbre e afinação. Além de que é excelente intérprete de canções dos mais variados géneros e línguas. Música com alma.
Gosto muito de a ouvir cantar o fado, num estilo e interpretação própria e nova, mais polida, mais erudita.