sexta-feira, fevereiro 23, 2007

EM COIMBRA HÁ 20 ANOS


Estava em Coimbra, nesse longínquo Fevereiro de 1987. Soube ao início da noite que tu tinhas partido. Lembro-me, que, nesse tempo, a televisão, procurou prestar-te uma homenagem. Sem palavras, só a tua imagem e a tua música. E da D.ª Júlia, católica convicta, da terra de Aristides Sousa Mendes, mas coimbrã desde sempre, dos seus 80 e muitos anos, estava, em silêncio, como eu, a ouvir-te. A tua voz, a melhor de todas, única, no fado-canção e na canção de embalar, no canto assumido e de intervenção, fazia crescer a cada instante esse nó na garganta. Um ano antes (talvez), vi-te a ser homenageado, coisa que não te agradava nunca, no Jardim da Sereia. Estava a universidade e a cidade em peso, alguns dos teus companheiros de sempre, Brojo, Portugal, Alegre, e tantos outros. A tua voz e a tua força, já tocadas pela terrível doença, fizeram-nos chorar ao acompanhar-te nos Vampiros e na Grândola.
Que falta nos fazes, neste Portugal de gente sem espinha, de gente medíocre.

2 comentários:

Gaspas disse...

E que privilégio o nosso de tamanho legado! A sua força e genialidade, bem como humildade e solidadriedade farão parte da minha maneira de viver e, espero eu, dos ensinamentos para as gerações vindouras!
Viva o Zeca!!!

Anónimo disse...

f***-** que soneira!!!